Reflexões Sobre Filosofia

Reflexões Sobre Filosofia.
01 – O Início da Filosofia
02 – O Trajeto da Filosofia
03 – A Função da Filosofia na História
04 — A Razão na Filosofia
05 – Considerações Filosóficas
01 – O Início da Filosofia
Há mais de 3.200 anos, os mais entendidos (chamaremos filósofos), preocupados com o relacionamento humano, querendo estabelecer uma fraternidade entre as pessoas, escolheram o caminho que pudesse unificar os povos, com um único comportamento. Foi aí que surgiu a idéia de ter um único Deus, que tivesse Leis iguais para todos. Com este propósito, surgiu a ciência que hoje chamamos de Filosofia. Os Filósofos, visando a fraternização, iniciaram a divulgação de ensinamentos com argumentos de fáceis assimilações (processamentos), pelo “povo”, de modo dedutivo, para provar a existência de um único Deus, que traria a felicidade para todos.
Ainda que os filósofos, tivessem bons argumentos com detalhes indutivos e dedutivos para demonstrar a existência de um único Deus, não seria suficiente para que o povo viesse a compreender que Deus realmente existe. Isto se deve a limitação da capacidade mental do povo, que não consegue assimilar (processar) todas as palavras que envolve uma conceituação bem elaborada do que seja DeusYHWH (Essência Onisciente Absoluta, da Energia Cósmica, com Infinitos Atributos Peculiares, interagindo em tudo), por não possuir na memória, os parâmetros que lhe assegure esta assimilação (processamento).
Acontece que a existência de DeusYHWH, não pode ser provada, por ser Foro íntimo de cada um. Por outro lado, a convivência com DeusYHWH, foi, é será, sempre virtual através do Ser Holotípico Dele, que vive dentro de cada um de nós, participando dos acontecimentos que nos envolvem, por isso o conceito Dele, ser diferente em cada ser humano, esta é a lógica, que justifica, porque ninguém até hoje, conseguiu provar para os outros, a existência de DeusYHWH, apesar das provas dedutivas e indutivas que temos, ao ver os segmentos que mantém a estrutura do Universo em equilíbrio, com fenômenos, que assistimos no nosso dia a dia;
“os movimentos dos astros, nascimentos e mortes, a
fauna, a flora, as forças atuantes, que não vemos, mas
que estão dando movimentos a tudo”.
Fenômenos estes, dando registros, que ninguém pode negar, como testemunhos da representatividade de DeusYHWH, nestes Fenômenos.
Mesmo assim, cada um de nós, cria uma série de argumentos (que é Foro Íntimo de cada um), conforme estrutura cultural e psíquica de cada um, para explicar os fenômenos que assistimos no nosso dia-a-dia.
Não há 2 argumentos iguais.
Esta é a lógica, que dificulta alguém provar a existência de DeusYHWH.
Assim cada um, usando seu Foro Íntimo, deve buscar na filosofia ontológica, a sua compreensão da existência de DeusYHWH.

02 – O Trajeto da Filosofia
Na Filosofia, a lógica nos diz que; o argumento pode ser ou não válido, dependendo da pessoa que propõe. Persuadir os outros a acreditarem nas premissas que estamos propondo, depende muito dos parâmetros dos conhecimentos filosóficos que dispomos em nossa memória sobre o assunto, e também, saber utilizá-los para convencer os nossos interlocutores.
Caso não acreditem, só resta um recurso, arranjar outros argumentos, também dentro da lógica, que possam convencer os interlocutores.
A Filosofia teve evolução com os doxógrafos, homens que interpretavam com muita criatividade, os “rabiscos dialetos”, da linguagem dos vários povos da antiguidade.
A Filosofia, tomou sentido racional, nas colônias Gregas da Ásia Menor, por volta do ano 510aC. O primeiro a falar em filosofia, foi Heráclito (544 – 480aC), em sua obra “Fragmento 40”, dando a Filosofia, o conceito de: O Estudo Teórico da Verdade.
Platão (427 –348aC) e Aristóteles (384 –322aC), conceituou a Filosofia, como a arte que busca conhecer o mundo, para transformá-lo, restaurando a Harmonia e a unidade do pensamento, visando a Fraternidade no comportamento da espécie humana e a unidade com DeusYHWH.
Distinguimos três períodos da Filosofia Grega:
1) Período da Grécia arcaica, por volta dos anos 850aC, com a formação da civilização helênica, com os historiadores Homero e Hesíodo e os filósofos pré socráticos, com destaques para os filósofos:
1a) Anaximandro (610 – 547aC).
1b) Pitágoras (582 – 496aC).
1c) Xenofanes (576 – 482aC).
2) Período do apogeu da Grécia, marcado pela hegemonia de Atenas, com os filósofos:
2a) Sócrates (469 –399aC),
2b) Platão (427 –348aC)
2c) Aristóteles (384 –322aC).
Marcado pela consciência reflexiva, buscando a descoberta do “ser”.
3) Período da decadência da Grécia, com as filosofias cépticas, Epicurista e Estóica, Com os filósofos:
3a) Epicuro (341 –270aC).
3b) Zenon (334 – 262aC).
Aparecendo o isolamento do indivíduo, como cidadão do cosmos, e não da cidade ou da sociedade, se recolhendo em si mesmo, como forma de encontrar a sua eterna salvação individual, campo fértil para o surgimento do Cristianismo (ver pg 229 do meu Livro Fragmentos de Sabedoria).

O Cristianismo com sua aliança ao Estado, determinou:
1 – A submissão da Verdade à Questão da Fé.
2 – A submissão da Lógica à Razão da Fé
3 – A submissão da Filosofia à Razão da Teologia.
A consciência de que todas as modalidades de fazer ou de agir, constitui o comportamento humano, que é à base do objeto de estudo da cultura de um povo, logo, terá que fazer parte do conteúdo da história, estando assim, sujeito à crítica e à reflexão consciente.
De Platão até os nossos dias, a Filosofia tem contribuído para a transformação dos seres humanos, tanto na política, na ética, na pedagogia, nos signos, na cultura geral e nos esclarecimentos de assuntos que transcendem a inteligência comum.

A Filosofia possui um caráter realmente sutil e extraordinário;
a) Em Questionar o que a experiência não pode alcançar e
b) Exigir, que se faça distinção entre o que é viável e a ilusão, ou seja, a verdade, o paradigma e a fantasia, naquilo que a experiência não pode alcançar.
Esta posição da Filosofia pode ser incômoda para as pessoas que não gostam de pensar, que são imediatistas, confiam nos intermediários e querem ter o conforto espiritual, sem se preocuparem em saber se o que os confortam, é ou não verdade, tendo medo de pensar, seguem uma linha de conduta ortodoxa, ligado a uma religião ou a uma sociedade que as tornam condicionadas.

A Filosofia é fundamentalmente uma atividade que questiona os aspectos incômodos, de todos os assuntos, buscando dentro da lógica, usando o crivo da crítica, encontrar respostas precisas, que descarte quaisquer refutações.
Existe na concepção filosófica, certo tipo de investigação, procurando os vínculos dos assuntos investigados, com as concepções empíricas, assuntos estes, que foram estruturados, antes de se formar uma estrutura para o caráter da investigação filosófica.
As teorias filosóficas clássicas, não podem ser confirmadas ou informadas pela experiência, já que estas teorias são aleatórias e podem ultrapassar o campo da experiência. Só a lógica, a crítica reflexiva e a discussão séria, poderão ajudar a confirmação da verdade a partir de suas teorias, por excluir nestas circunstâncias, quaisquer estudos atrelados; ao irracional, às experiências místicas, ao sofisma e a razão.
Devemos lembrar que, um argumento válido, nunca é conclusivo em filosofia, pela probabilidade de ser um paradigma, já que a verdade, está sempre alem dos nossos alcances. Por outro lado, um argumento inválido, pode ainda assim, ter uma conclusão de um paradigma, que para os fanáticos, os radicais e os acomodados, irão aceitar como uma verdade.
A lógica não pode resolver todos os problemas da filosofia, mas é um instrumento básico, sem o qual, a tarefa do filósofo, não poderia ser executada, pois levaria a ser um discurso aleatório, sem vínculo com coisa alguma, seria um veículo de divulgação disfarçado de idéias desconexas.
O verdadeiro filósofo está sempre buscando satisfazer a sua curiosidade intelectual no campo da verdade, sem prejudicar qualquer aspecto sutil, das características do valor desta verdade. Por mais confortante que sejam suas palavras, para sua religião, para sua sociedade, para sua política, para seu compromisso com a família, não constitui motivo relevante para serem pronunciadas, pois seu compromisso é com a verdade, com a ética, com a inteligência e não para confortar nenhuma organização ou quem quer que seja. Este comportamento, não quer dizer que, devemos desprezar os nossos sentimentos e nossos pontos de vista, nada disso, o que estamos procurando fazer, é distinguir a verdade da hipocrisia.
Exemplo; Um político, nosso parente, fazendo falcatruas, sem escrúpulos, com seus discursos, alardeando, que sua atuação no Congresso, está voltada para defender os direitos dos brasileiros. Fica claro que, o nosso comportamento, no campo da verdade, terá que distinguir, mesmo que seja nosso parente;
1) a concepção que ele tem, acerca do valor do seu trabalho no congresso,
2) da verdade, acerca do valor real do desserviço, que ele está prestando à nação.
Para isso, deve-se utilizar a ética, a lógica, a crítica, a verdade, como nossos referenciais, ferramentas preciosas, utilizadas para ajudar a filosofia. .
O critério utilizado na filosofia, faz com que muitas teorias de valores consideradas, não são aceitas como argumentos dedutivos, para conclusões destas teorias, por não possuírem lógica nas estruturas, que sustentam os argumentos destas teorias.
Para avaliar as teorias filosóficas que não são sustentadas por argumentos dedutivos, temos que recorrer à lógica, como suporte da filosofia.

Dentro do campo da lógica, podemos encontrar proposta filosófica que não possui nenhuma lógica em suas premissas, nestes casos, é quase impossível aceitar a consistência da verdade básica, no entanto, pode gerar a condição para discutir, podendo ser amplamente aceita, por consenso, aí não se trata de uma verdade e sim de um paradigma.
A falta de conhecimentos gerais, cultura filosófica e o medo de se expressar, levam as pessoas, a criar premissas sem lógica (aleatórias), para afirmar a existência de certos fatos. Para aqueles que têm conhecimentos gerais e cultura filosófica, as premissas sem lógicas (aleatórias), são inconsistentes para alcançar a verdade básica sobre tais fatos.
Será que esta posição, dos sábios, nos permite afirmar que ela é verdadeira?
Não. Apenas podemos concluir que ela pode ser verdadeira, se substituirmos as mesmas premissas que foram estruturadas aleatoriamente, por premissas estruturadas nos exemplos indutivos e dedutivos que vivenciamos no nosso dia-a-dia, contudo, ao afirmarmos isto, mostra que a lógica, não possui suficiente poder, para confirmar a verdade das teorias filosóficas, no entanto, a lógica permite que haja uma visão clara, do que seja uma teoria;
a) Que merece créditos conceituais, por serem vivenciadas, daquela
b) Que foi passada por terceiros aleatoriamente, sem consistência lógica.
A filosofia consiste na discussão de teorias com argumentos lógicos e com objetivo de somar conhecimento.
Por serem diversificados, os Estados Psíquicos e os Referenciais de cada um, não podemos deixar de lado, o problema da assimilação desses conhecimentos filosóficos, que é um verdadeiro processamento mental de cada ser humano, o que torna difícil avaliar as diferentes concepções das teorias e argumentos apresentados numa discussão.
A avaliação crítica na filosofia, não possui instrumentos adequados nesse segmento, para avaliar caso a caso, mesmo assim, não pode ficar acomodada diante de todos os relatos dos segmentos, a serem registrados na historia.
O importante é saber por si só, distinguir claramente, o que seja uma;
a) Discussão histórica acerca de um determinado fato
b) O que a filosofia comenta sobre tal fato
c) As diversas circunstâncias culturais, sociais e psicológicas da época que se deu o fato
d) As razões que levaram a afirmar tal fato.
Essas análises filosóficas geram estruturas, que nos permitem avaliar com parâmetros plausíveis, a realidade do fato, desprovidos das ornamentações, das fantasias e das interpolações que a história lhe acrescentou.
Para a verdade ou falsidade de uma teoria filosófica, não importa que o fato tenha sido defendido por determinado filósofo.
O que se pretende analisar em filosofia são teorias e os argumentos de interesses conceptuais do fato, independente do autor que esteja narrando historicamente tal fato.
A lógica fornece instrumentos para afastar, a priori, as teorias e argumentos que não têm consistência, ainda que tenham sido divulgados historicamente por muitos escritores de credibilidade.
A Lógica filosófica permite detectar;
1) A validade dos argumentos
2) A consistência das teorias
3) A fantasia interpolada
4) Os estudos atrelados ao irracional
5) As afirmações místicas
6) As afirmações estruturadas em sofismas
7) A distinguir a Lógica da Razão.
Para conhecer a realidade e a verdade conceptual, em cada assunto, é necessário usar a consciência nos sete itens, que formam a base da lógica filosófica, saber o que realmente se quer afirmar e qual é objetivo desta afirmação.
As inconsistências só podem existir nas teorias, já que, só as teorias contém proposições.
Exemplo: Não se pode afirmar que o Universo é inconsistente, porque o Universo não é teórico, não é constituído por proposições.
Porém as inconsistências são insustentáveis, porque de uma contradição segue-se logicamente, uma discussão, envolvendo outras teorias inconsistentes, isso significa, que tudo, está girando em torno de teorias inconsistentes, incluindo a negação da teoria que deu origem a discussão, logo o desfecho geral das teorias inconsistentes, pode ser considerado verdadeiro.
Uma teoria inconsistente é uma fantasia que não permite conhecer melhor os segmentos do fato, nestes casos, não precisamos da lógica para nada.
O caráter inconsistente sendo uma fantasia, é empírico, não precisa ser muito inteligente para perceber que o caráter, nestes casos, é desprovido de sentido.
Quando não temos o critério da experiência para nos orientar na filosofia, só a lógica, permite afastar da nossa discussão, aqueles argumentos, inócuos, sem sentido e que não apresentam credibilidades.

03 – A Função da Filosofia na História
A Filosofia é a arte de coordenar as palavras, numa seqüência natural, com os argumentos dos diversos conceitos dos elementos separados, que fazem parte dos argumentos de um conceito único, de modo a dar um sentido, com princípio, meio e fim, formando um “bloco”, bem definido que contenha todos os conceitos separados, em que possamos analisar cada conceito isolado e o relacionamento deste conceito com os demais conceitos, no conceito geral, a fim de, compreendermos (processarmos), e interpretarmos dentro da lógica e da crítica, como a história, os fatos, os fenômenos e as religiões, surgiram e como realmente todos se inter-relacionam, para isso devemos:
a) – Excluir ações ou afirmações, em quaisquer segmentos, estruturadas em; suposições, sofismas, orientações de grupos, afirmações de terceiros, conhecimentos de naturezas subjetivas, ou para assegurar estruturas individuais ou de grupos.
b) – Incluir ações ou afirmações, que estejam
estruturadas na lógica, com todas as análises dos impactos e efeitos morais, que possam provocar ao sistema, ao concluir a legitimidade do contexto.
c) – Não admitir que nossa mente, possa assimilar (processar) tudo que nos forem transmitido, seja oral ou escrito, sem questionar, para discernirmos o que é certo ou o que é errado, com isso, filtrarmos tudo que lemos e ouvimos.
d) – Ampliar nosso campo de reflexão e de investigação
ao incluirmos argumentos, que nos possam conduzir à verdade.
Nota: A Filosofia deve sempre se estruturar na lógica, para
analisar e concluir a legitimidade de quaisquer assuntos
em todas as áreas culturais.

04 — A Razão na filosofia
À priori a razão não nos permite saber se estamos diante da verdade ou diante do falso. A razão não permite decidir:
1 – Se as premissas sejam ou não verdadeiras.
2 – Se a conclusão de um raciocínio seja ou não verdadeira.
Para exemplificar este assunto temos:
1 – Tem de existir algo que seja a causa de todas as coisas
porque todas as coisas têm uma causa.
2 – Tem que existir alguém que seja a mãe de todas as
pessoas porque todas as pessoas têm uma mãe.
O uso da razão em ambos os raciocínios, nos 2 exemplos, é a mesmo, sendo no caso 1, podemos ter proposições empiricamente verificáveis, no caso 2 não. Ora não existe uma pessoa que seja a mãe de todas as pessoas, mas este argumento no. 2 é idêntico ao argumento no. 1, assim, fazendo o uso da razão, ao invalidar o no. 2, também, devemos considerar o no. 1, como inválido.
Como não podemos usar a razão para formular proposições empíricas, acerca das questões a serem analisadas, teremos que arranjar, no campo real, outras proposições, para formular e concluir a legitimidade da nossa premissa.

A minha proposta é o Logiquismo.
Mas o que é o Logiquismo?
Logiquismo (estruturado na lógica), é uma filosofia (criada
para dar suporte a minha literatura), de procedimento que
afirma que todo conhecimento que dá legitimidade a uma
idéia, a um fato ou a um objeto, terá que passar por um
questionamento em seqüência eliminatória de três estágios:
1º. – A Proposta da idéia, do fato ou do objeto
(animado ou inanimado)
2º. – Os argumentos dentro da lógica que provam que
a idéia, o fato ou o objeto, são reais, isto porque a
estrutura da lógica elimina as probabilidades de
erros.
3º. – O conceito, com o signo (número de palavras que
compõe o conceito), que darão legitimidades ás
existências dos três citados.
Estruturado no Logiquismo, a razão desaparece, cedendo o lugar para o paradigma, até a descoberta definitiva da verdade

05 – Considerações Filosóficas
Os estudos parciais, limita os conhecimentos e gera o risco de se perder nas estruturas mais gerais, sobre as quais não se tem nem a consciência nem o domínio. Devemos ser ponderado, evitando ter a perspectiva de chegar a um ponto tal, que nos desse acesso ao conhecimento completo e definitivo de tudo e de ampliar nossos limites históricos.
As experiências teóricas e práticas, que nos levaram a conhecer os nossos limites, e às vezes, â uma superação possível, foram às mesmas, que nos limitaram e determinaram, como devíamos recomeçar.
No século XVIII, houve uma grande promessa, uma grande esperança na crença, numa capacidade técnica agindo sobre as coisas e simultaneamente, na liberdade dos indivíduos uns em relação aos outros. Mas a história revelou-se contraditória, mostrando que, nas sociedades ocidentais, a aquisição dessas capacidades técnicas, a luta pela liberdade entre as pessoas, tornaram-se permanentes durante o século, tornando árduas e antagonistas pelas formas que se apresentavam essas relações, entre;
a) A crença dessas capacidades técnicas e
b) A crença na autonomia da liberdade individual,.
Contrariando as perspectivas de simplicidade, que se acreditavam durante o século XVIII.
O domínio homogêneo, tomado como referência, não é representado pelos julgamentos que os seres humanos se dão deles mesmos, nem as condições que determinam seus comportamentos, mas sim, o que eles fazem e como fazem, considerando o modelo racional que organizam suas maneiras de fazer e a liberdade com a qual esses seres humanos, agem nesses sistemas práticos, exigindo direitos, sem se preocupar com os deveres, reagindo às exigências dos deveres, feitas pela classe patronal, forçando modificar as sistemáticas dos comportamentos trabalhistas, conforme orientação do sindicalismo.
Foucault classificou esses conjuntos práticos em três grandes domínios:
1) Das coisas, constituindo o eixo do saber,
2) Da ação sobre os outros constituindo o eixo do poder.
3) Das relações consigo mesmo, constituindo o eixo da ética.
A sistematização de uma ontologia histórica de nós mesmos, gera as três questões como nós somos:
1) Estruturados em nosso saber?
2) Estruturados como sujeitos que exercem e sofrem relações de poder?
3) Estruturados como sujeitos morais reflexos de nossas ações?
Finalmente, na generalidade dos trabalhos, os estudos históricos e críticos, apesar de bem particulares, no sentido de que eles têm por objeto; um material, uma época, um conjunto de práticas e de discursos determinados, eles têm sua generalidade, na medida em que têm sido necessitados, reaparecendo e reproduzindo. Os problemas, das relações entre razão e loucura, doença e saúde, crime e lei, são típicos, daqueles que devemos fixar neles o que sabemos, As formas de poder que se exercem e a experiência que devemos desenvolver em nós mesmos, mas tudo isto, constituem apenas figuras históricas determinadas por uma certa forma problemática que define os objetos, as regras de ação, os modos de relação consigo mesmo.
Sobre o assunto, eis o que escreve Foucault, ..- “eu não sei se em algum tempo nos tornaremos maiores. Muitas coisas de nossa experiência nos levam a crer que o acontecimento histórico do instinto de observação (a Aufkärung), não nos tornou maiores, e que, nós ainda, não os somos, entretanto, me parece que se pode dar um sentido, a essa interrogação crítica, sobre o presente e sobre nós mesmos, que Kant formulou refletindo sobre a Aufklärung (Instinto de observação). Parece encontrar-se aí mesmo, um modo de filosofar importante e eficaz que se desenvolve há dois séculos. Eu não sei se hoje, deve-se dizer que, o trabalho crítico, implica ainda na confiança do Iluminismo; ele necessita, sempre de um trabalho sobre nossos limites, que seja perseverante e que dá forma à impaciência da liberdade” -.
Foucault ressalta o valor da ontologia crítica de nós mesmos. Mas adverte; “esta ontologia, certamente, não deve ser considerada uma teoria, uma doutrina, nem mesmo um conjunto permanente de saber que se acumula, mas sim, concebê-la como uma atitude, um éthos, um caminho filosófico, onde a crítica daquilo que nós somos, é uma análise histórica dos limites, que nos são postos, com uma informação de sua superação possível. Esta atitude filosófica, deverá traduzir num trabalho, que comporta estudos diversos, sua coerência metodológica na pesquisa arqueológica e genealógica, de práticas visadas, simultaneamente, como tipo tecnológico de racionalidade e jogos estratégicos de liberdades, ter sua coerência teórica na definição das formas historicamente singulares, nas quais foram questionadas as generalidades de nossa relação com as coisas, com os outros e com nós mesmos; e ter sua coerência prática no cuidado de colocar a reflexão histórico-crítica no âmbito das indagações das práticas concretas”.
A Filosofia moderna passou a ser caracterizada pela preocupação com o ser humano, surgindo a Filosofia Reflexiva da Antropologia, invadindo o espaço do Dogmatismo de outrora e do Empirismo. Para despertar esta Filosofia Antropológica, não há outro meio, senão abandonar seus fundamentos arcaicos imposto pelo Cristianismo:
1 – A submissão da Verdade à Questão da Fé.
2 – A submissão da Lógica à Razão da Fé
3 – A submissão da Filosofia à Razão da Teologia.
4 – A submissão da Virtude à Fé
Para despertar esta Filosofia, o ser humano, terá de desenvolver seu Nível de Estado de Consciência, para reencontrar a ontologia original, onde receberá a consciência da Tríade, (Ser, Alma e Eu) e assim, ter a compreensão do convívio com o Ser, não tendo medo de pensar e desprezando as ameaças dos intermediários, só assim poderá interagir indiretamente (através do Ser) com a Essência que lhe deu origem.
No fluir do vir-a-ser, será registrado, no tempo exato, o gradiente da verdade, sensível à forma finita antropológica, conforme cultura, nível de consciência e o estado psíquico de cada um.
A verdade Histórica é uma utopia dos pensamentos causais.
A verdade das origens é uma utopia dos pensadores clássicos.

Salvador 07 de maio de 2008

Charrir Kessin de Sales – OJÉNNA