O Perigo da Anomia

O Perigo da Anomia

A anomia é a perda de identidade, provocado pelas intensas transformações ocorrentes no mundo da Lógica, como forma de explicar o mundo, num brusco rompimento dos valores tradicionais, fortemente ligados à concepção religiosa, e nos regimes governamentais do comunismo e da democracia, em que os fiéis e os eleitores, não aceitam as mudanças, que preenchem os valores anteriores demolidos, ocasionando uma espécie de vazio, no cotidiano de muitos indivíduos. Há um sentimento de se “estar à deriva,” participando inconscientemente dos processos coletivos/sociais, com perda quase total da consciência e da identidade.

Émile Durkheim (1858 – 1917) sociólogo francês, em seu livro O Suicídio, emprega este termo “anomia” mostrando, que algo numa organização, não funciona de forma harmônica.
Realmente nas organizações políticas, religiosas, comunistas e sindicalistas, predominam as formas tradicionais ou “anomicamente”, todos querendo levar vantagens, perdendo suas respectivas identidades do que é certo ou errado, com o jargão “o fim justifica os meios” o importante é ter direitos, sem ter que cumprir os deveres atrelados a esses direitos.
Nestas organizações, prevalecem o caos gerado pela ausência de deveres a serem cumpridos, falta de regras que conduz a dignidade, e ainda para piorar, estabelecem regras que promovem valorizações aleatórias aos militantes, ao invés de conscientizá-los.

Robert King Merton (1910 – 2003), sociólogo americano, no seu livro: Estrutura Social e Anomia, deu ênfase em 1949, mostrando que a incapacidade de alcançar bons níveis culturais, gera conduta desviante.
Realmente , ao analisarmos a conduta humana, vamos encontrar as explicações; “por que os membros das classes menos favorecidas” cometem a maioria das infrações penais? Crimes de motivação política, terrorismos, saques, ocupações, guerras santas, corrupções políticas, fanatismo religioso, e também, dos comportamentos esdrúxulos ao migrarem para o campo do alcoolismo e da dependência química.

Por mais incrível que pareça, o ser humano com síndrome de “anomia”, não reconhece sua anomalia, não por viver na anomia, mas sim, por estar de bem com o ambiente da organização a que pertence, que reconhece o seu valor, dando-lhe as chances de colher os “louros” que a organização promete lhe proporcionar. Jamais passou pela sua cabeça, ser mutante, ou seja, procurar dentro da lógica, o que é certo ou que é errado…. e sair desta hibernação que a sua própria organização lhe colocou.

Salvador 02 de outubro de 2014
Charrir Kessin de Sales – OJÉNNA
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