Aprendendo com a Metafisica

Aprendendo com a Metafísica

Não existem formulas que poderiam nos levar a ter pensamentos padronizados e unificados, embora algumas pessoas, são mais confiáveis que outras, por processarem mais palavras que outras.
A Metafísica busca mudar os nossos modos de pensar, dando uma direção capaz de encontrar um mundo, onde todos possam processar, sem medo de pensar, tudo que vê, ouve ou lê, sem adulterarem os signos.

Isso requer que todos deverão ter, no mínimo, 10% de suas capacidades mentais desenvolvidas (a maioria não passa de 02%, veja meu artigo
O Cérebro Humano), para alcançarem um nível de conhecimento que possam processar aleatoriamente no mínimo (25 milhões de bytes por segundo), cerca de 700 mil vocábulos (a maioria não consegue processar nem 10 mil) e transcender todos os assuntos que envolve o mundo físico.
Sabemos que é coisa difícil alcançarmos tal nível, dado o estágio de condicionamento em que se encontra a cultura da humanidade atualmente, como mostra os conflitos entre as pessoas, os povos, as nações, as classes, as facções, as Religiões, os políticos, as culturas e os níveis psíquicos.

Existem dois critérios na Metafísica em que possamos encontrar o mundo mais próximo do real, ambos deverão ser analisados com perseverança e empatia;
A Metafísica Revista, associada à ambição e à especulação filosófica
comercial.
A Metafísica Descritiva, com raiz conservadora é mais real e tem objetivo
mais intelectual.
A distinção entre estes dois critérios, não é muito precisa, pois resulta de signos descritivos, daquilo que é necessário para a análise, do que emerge de uma consciência aleatória.
Strawson, cita como metafísicos Revistacionistas….
1 – Platão (427-348aC).
2 – Descartes (1596-1650)
3 – Berkeley (1685-1753)

Estes filósofos descobriram que a Metafísica Revista, tem características de pouca importância para o conhecimento filosófico, dado seu caráter especulativo. As características da metafísica têm dimensões práticas e transcendentais e esta divisão está muito no campo material.
Platão desenvolveu concepções concentradas sobre a natureza dos seres humanos, procurando estabelecer suas relações com os Elementos da Natureza e com a Divindade, dos quais, eles (seres humanos) são partes.

Poderíamos dizer que a Metafísica Descritiva procura ser precisa e radical, mostrando que todos os esclarecimentos, são ajustes de parâmetros internos, das coisas que conhecemos, com implicações intrínsecas dos respectivos modos de pensar, no entanto, uma descrição radical, para ser processada no cérebro humano, tem implicações polêmicas. Certamente não é possível qualquer descrição radical, mesmo que seja ética, séria ou filosófica, ficar sem questionamento. A posição radical sempre traz estruturas conservadoras. Os objetivos dos movimentos pseudo-modernistas, Sindicatos, Partidos Políticos, Religiões, Sociedades fechadas, Classicismo e outros de naturezas corporativistas, levaram a desenvolver referenciais adulterados, com critério de julgamento, que fatalmente conduzem aos fracassos de convicções, por protegerem os envolvidos, numa falsa transparência, sonegando a verdade, a justiça, a ética e a moral, gerando uma inércia social e adulterações nos níveis referenciais dos padrões morais que envolve a sociedade a que pertence.

Os temas da Metafísica são apresentados como tópicos gerais do Ser, alguns autores deixam a impressão de que a metafísica é a ciência do Ser. A idéia da metafísica, ser o estudo subjetivo do Ser, se baseia nas análises das relações entre as categorias das coisas e seus agregados, o que conduz a uma ampla natureza da realidade e à sua representação objetiva.

A motivação da Metafísica está nos problemas que emergem, quando não conseguimos agregar as coisas que nos apresentam separadas, num bloco unificadas. Entramos em conflitos de inquietação com a pluralidade de diferentes tipos de coisas que existem, ou com a mistura de elementos, que não conseguimos manterem unidos (num bloco).
Os paradigmas da metafísica surgem quando há conflitos em nossos processamentos, com parâmetros estranhos à nossa memória, nos impedindo de processar todas as informações como elas estão chegando. Ao Improvisarmos os parâmetros internos para comparação, formaremos os tais paradigmas, confirmando que somos limitados a pensar como organismos animais imperfeitos, com a visão de uma só face do todo, o que dificulta a concepção da realidade, por não podermos ver as outras faces que constitui o todo, criando parâmetros para deduzir como elas deverão ser, nos levando a adulterar a consciência cósmica da realidade.

Considerando as coisas físicas, os objetos abstratos, os valores, os eventos e outras categorias, torna-se necessário uma narrativa detalhada, sobre esses segmentos, como são, como se relacionam uns com os outros e se alguns deles se equivalem, para isso, precisamos de uma narrativa, com signos precisos, a fim de, analisar seus relacionamentos. Esses segmentos são tão importantes, que forma uma tempestade em nossa mente, gerando uma inquietação que é focalizada pela nossa consciência cósmica, buscando nessas tempestades, a descoberta de algo novo no desconhecido. Às vezes, aparecem alguns assuntos, que são inadequados para serem processados em nossa mente, devido as nossas limitações (falta de parâmetros de comparação) em conceber tais assuntos.

Os propósitos metafísicos nos informam que, as coisas subjetivas existem, mas não informam, como entrar numa área, que nos conduzirá ao domínio da ciência física, para encontrar as soluções dos problemas subjetivos e também como um estudo filosófico pode ter algo importante a acrescentar a tais coisas subjetivas. As soluções foram deixadas para a filosofia, uma vez que a ciência básica tem mostrado que não é capaz de estabelecer parâmetros sobre esses tópicos.

A metafísica preocupada com seus próprios objetivos e visando melhores compreensão dos fenômenos subjetivos, entrou no campo filosófico para descobrir, dentro da Ética, processos analíticos e esclarecedores, que devem ter significado racional, que poderão disciplinar os métodos dedutivo ou indutivo, para alcançar os resultados dentro dos tópicos das categorias abstratas e subjetivas estudadas.
Dentro dos conceitos filosóficos, a maioria das pessoas não tem a consciência da “interface” entre a mente e a matéria, por falta de parâmetros internos, que é individual, assim, as interfaces tomam aspectos misteriosos para a inteligência comum, o que não surpreende, pois esta consciência emerge da experiência, do conhecimento, pertence ao mundo físico, como cada um, concebe que seja.
Com esta linha de raciocínio, podemos visualizar três áreas características da metafísica;

Primeira;
Os Metafísicos devem orientar os discípulos a reconhecerem a autoridade na área do conhecimento da metafísica e aceitar os resultados dos conceitos das ciências físicas que são passados, os quais irão formar os respectivos Níveis de Estado de Consciência e seus referenciais.

Segunda;
Os Metafísicos devem orientar os discípulos a ter a liberdade do gradiente de assimilação dos conhecimentos passado pela autoridade do assunto, de modo a ultrapassá-la na sua essência, em Níveis de Estado de Consciências mais elevados, processando os fatos e segmentos que pertencem à ciência física, para ocupar um espaço na ciência filosófica Ontológica.

Terceira;
Os Metafísicos devem orientar os discípulos a tornarem autodidatas, esotéricos, com comportamento independente, buscando alcançar uma consciência mental, que lhes possibilitarão perceber, o cerne da realidade, ao considerar os valores objetivos obtidos e descritos pela ciência física, como sombras, nas análises dos valores dos segmentos abstratos e subjetivos que são Luzes.

O comprometimentos com os ensinamentos tradicional herdados de nossos antepassados, nos deixaram hibernados, gerando o medo de questionar o que nos são impostos, achando que o questionamento das coisas transcendentais, nos levam a pecar contra a Divindade, tornando-nos amaldiçoados. Com este comportamento, bloqueamos as nossas criatividades e iremos permanecer no mesmo patamar primitivo de nossos antepassados, patamar este, estabelecido pelos intermediários, que usam uma maneira difícil de complicar as coisas fáceis, ignorando que, daqui a 5000 anos continuaremos nesse mesmo patamar sem nenhuma evolução.
Com a ótica da Metafísica, poder-se-ia eliminar os referenciais dados pelos intermediários, aos assuntos subjetivos e abstratos e também aos Enigmas; DeusYHWH, Jesus, Espírito Santo, Espírito, Ser, Alma, Eu, Morte, Virgem Maria, Nossas Senhoras, Santos, Anjos e Satanás (ver meu artigo), eliminando qualidades fantasiosas e místicas, introduzidas por estes intermediários aos Enigmas mencionados, qualidades estas, que os envolvem numa parafernália filosófica que assolam a nossa literatura.
Assim podemos desenvolver a metafísica em nossas mentes, nas três áreas, refletindo numa investigação profunda, com muita imaginação e criatividade, para discernir qual das áreas mais se identifica com o nosso Nível de Estado de Consciência, dados as perspectivas diferentes que as áreas nos apresentam.

As reflexões investigativas, revelaram nas áreas, da matemática, da Física Quântica, da Lógica, da Metafísica e da Ontologia, sinais inquestionáveis, que permitiram vislumbrar a compreensão da perfeita harmonia da Natureza nos movimentos ordenados e seqüenciais de todo o sistema que dão estrutura ao Universo, esclarecendo para aqueles que tiveram perseverança nas reflexões investigativas, a presença da Essência Máxima da Energia Cósmica, DeusYHWH, auto gerando e fragmentando em atributos bi-polarizados para interagir em tudo.

A maioria da humanidade está, relativamente, comprometida com a posição do relacionamento com a Divindade, DeusYHWH, como o criador, o pai, com propósitos e valores, estabelecidos por intermediários, que também receberam esses propósitos e valores, de seus antecessores, geralmente adulterados. O abandono dessa sistemática é muito difícil, exige pensamento próprio, sem medo e independência em todas as áreas de conhecimento, com muita intuição reflexiva e dedutiva, o que torna difícil para os possuidores de inteligência comum.

A consciência atual busca valorizar os segmentos físicos, para elucidar o relacionamento mente e consciência em seus termos materiais. Este segmento é conhecido como fisicalismo (materialismo energético).
A própria física diz que tudo que existe é energia, logo o fisicalismo, é uma energia materializada num mundo de forças e campos energéticos.
Qualquer filósofo, dentro dos conceitos filosóficos, poderia alertar as possibilidades que a metafísica tem, em mostrar a imagem do mundo, em um dado momento, baseado no relacionamento dos fatos, que são
considerados característicos e de aspectos amplos.
A dificuldade das questões metafísicas, é que para respondê-las é imprescindível que tenhamos auto conhecimento e muita reflexão das coisas transcendentais, infelizmente poucos conseguem.
É muito difícil ter uma visão do progresso, que esta transformando todo o Universo, sentado em uma poltrona, ou seja, de uma área que não se move, mas, infelizmente tem muitos intermediários em pleno 2007, que propagam ser possível, alcançar esta visão, processando os segmentos atuais, usando parâmetros do tempo Zé Homem de Neandertal era criança.

A Metafísica dentro da Lógica
A metafísica precisa de um método Lógico, que lhe possa dar estrutura.
Na primeira metade do século XX, a metafísica marca uma mudança de rota em relação aos objetivos da metafísica especulativa, que era característica do período anterior. Esta mudança foi nos objetivos das análises da filosofia envolvendo os problemas da metafísica, tal como o da natureza e da mente, em que o filósofo, com criatividade, concatenava os termos centrais, sobre a mente, pensamento, sensação, vontade ou qualquer outra coisa (de conhecimento de todos), dando uma configuração, em um bloco único, desses elementos, que se apresentavam em separados, com isso, estabelecia uma conceituação nova da metafísica, envolvendo a natureza da mente nos relacionamentos diversos.
O modelo para esse procedimento, assemelharia ao modelo químico, em suas sínteses para descobrir a natureza de uma substância agrupando seus elementos químicos.

A Ciência para assimilar a metafísica, teve que recorrer aos parâmetros dos métodos abstratos (para comparação), nas análises das soluções de seus problemas, dadas as dificuldades encontradas nas pesquisas, usando dados unicamente do campo da metafísica.
É possível que a imagem da filosofia como sendo contínua com a ciência seja uma grande fantasia, que confundimos as aparências como sendo superficiais, entre atividade filosófica e atividade genuinamente científica, também poderíamos julgar, que a inveja da Ciência, tenha influenciado os filósofos a se verem através de uma cortina translúcida.

Em casos particulares, as conclusões, foram corretamente localizadas, de maneiras precisas e desenvolvidas pelos novos instrumentos da lógica de Frege (1848-1925) e Russell (1872-1970). Aqueles referenciais, seriam sistematizados e estabelecidos e os métodos corretos, finalmente seriam distinguidos dos outros métodos aleatórios.
A técnica analítica, introduzida na metafísica, foi muito importante para solidificar seu conceito.
Em muitos de seus diálogos, Sócrates desafiava seu público, a estabelecer exatamente o que eles queriam dizer, através de termos, que poderiam ser usados na filosofia medieval, no empirismo, no dogmatismo, na mitologia e no misticismo. Esta provocação tinha o objetivo de melhorar os signos e tornar preciso a clarificação de significados.

Os Pensadores que influenciaram a Metafísica;

Zenão de Eleia (489 – 407aC), mostrando que o pensamento quotidiano sobre a fluência do tempo e a locomoção no espaço, envolve contradição.

Galileu Galilei (1554 – 1641), com suas experiências, estabeleceu uma filosofia descritiva das experiências perceptíveis, que recebeu o nome de “visão galileana”, essa filosofia, despertou o surgimento da revolução científica do século XVII, substituindo os tipos de fenômenos subjetivos (Metafísica) por fenômenos objetivos, de assimilações mais fáceis.

Em 1640, Renée Descartes (1596 – 1650), e outros forçaram uma tentativa filosófica, de aliar o idealismo ao misticismos religioso durante o século XIX, para facilitar a compreensão da Metafísica.

Em 1772, David Hume (1711-1776), um oponente da metafísica, sua atitude foi simplesmente, taxar os problemas da metafísica, como eternamente insolúveis. Desclassificou a metafísica, por achar que a metafísica, não conteriam nada mais do que sofisma e ilusão, que os livros de metafísica deveriam ser queimados.

Immanuel Kant (1724 – 1804), teve muita influência neste movimento, estabelecendo limites críticos, para sua filosofia na metafísica, acreditando em resultados transcendentais, que poderiam ir para além dos limites da experiência, o que colocaria em dúvidas estes resultados.

As dúvidas criadas por Kant, sobre os segmentos transcendentais, foram:
Postas de lado por Fichte (1762 – 1814) e
Eliminadas por Hegel (1770 – 1831).
A metafísica tornou-se a ciência especializada em tratar dos assuntos ligados à Natureza e à Divindade, proporcionando uma estrutura cósmica, auto consciente, que possa se identificar com a Verdade, com DeusYHWH, com a Liberdade, com a Lógica, levando a um desfecho que possa nos identificar com o processo histórico evolutivo original.

Moore (1873-1958) e Russell, tiveram papel importante nessa cruzada com seus trabalhos pioneiros, preocupados com questões que estavam envolvendo o relacionamento da Filosofia com a Metafísica.

Em 1918, Frege (1848-1925) e Russell (1872-1970), desenvolvendo os novos estudos da lógica daqueles referenciais, puderam sistematizar e estabelecer os métodos corretos, que finalmente seriam distinguidos dos outros métodos aleatórios. A técnica analítica, introduzida na metafísica, foi muito importante para solidificar seu conceito em defesa da teorização da Metafísica.

Em 1940, R. G. Collingwood (1889-1943), em seus Ensaios de Metafísica, classificou o pensamento dessas pressuposições (metafísicas), como um pensamento tendencioso, por ter tido uma enorme influência intelectual na época e também por estarem essas pressuposições (metafísicas) vinculadas às atividades do pensamento.

Em 1991 Michael Dummett (1925 – ), fez um trabalho estruturado na Base Lógica da Metafísica, mostrando que a estrutura para o domínio legítimo da metafísica, repousa na teoria do significado.

Salvador 20 de junho de 2007

Charrir Kessin de Sales