A Verdade numa Metáfora

Olá leitore deste Portal, aqui estou com novo artigo, falando sobre uma organização, usando uma metáfora. Abraãos…charrir

A Verdade numa Metáfora

Esta é uma história de uma organização muito antiga, de origem estrangeira, mas que também está presente numa cidade no interior de Minas Gerais e que teve seu apogeu em 1939, ano da emancipação da cidade.
Comentam que seu fundador foi o senhor Leoname Sued, um sírio libanês, descendente de judeu, exímio conhecedor das organizações sociais, em núcleos habitacionais e seu propósito era formar uma organização poderosa com padrões éticos Universais.
Sua organização, começou com cerca de 780 associados diretos. cresceu 60% nos primeiros 50 anos e as perspectivas iam de “vento em popa”.
A organização já contava com 1.280 associados diretos e 400 simpatizantes. Com esse aglomerado de pessoas, apareceram logos os lideres de classes, procurando dar interpretações aos regulamentos da organização, querendo mostrar mais conhecimentos que os demais, autos cognominando donos da verdade, e assim, poderia manobrar com a maioria.
Inicialmente, apareceram muitos candidatos, o que deu desfecho da formação de uma escala hierárquica, com cinco degraus, conforme a interpretação dos regulamentos da organização.
Logo em seguida apareceram mais interessados na hierarquia da organização. Para tomar parte da organização, apareceram também, líderes dos simpatizantes, com a intenção de ajudar a convencer os simpatizantes sobre as verdades ditas pelos líderes das hierarquias oficiais. Esses líderes oficiais, se julgavam os donos da verdade, os únicos que conheciam e sabiam interpretar corretamente os regulamentos da organização, criaram teorias mirabolantes e fantasiosas, as quais, começaram a azucrinar o senhor Leoname Sued.
Eis que começaram aparecer os problemas.
Os líderes tinham idéias muito diferentes um do outro, mas todos mostravam muitas habilidades nas falácias diante dos associados, foi aí, que começaram a separar os grupos, com os propósitos que, a verdade de um grupo novo, era superior a verdade de outros grupos, e cada líder intermediário, declarava ser o mais influente junto ao senhor Leoname Sued. Esses líderes viviam convocando grupos, em ambiente específico, para expor suas idéias mirabolantes e utópicas, assumindo posturas como donos da verdade, insuflando o grupo a buscar mais e mais direitos, desde que haja mais contribuições para tornar a organização mais forte, assim a organização, convenceria o senhor Leoname a devolver em dobro essas contribuições.
Havia também o grupo que só fazia atrapalhar, era a família do senhor Reficúl, que era idoso, e seus filhos, Obaid o mais velho, Oinômed, Reficúl Junior e Sánatas, o caçula, o mais violento e o mais aliciador das famílias.
Conta-se que, no início do projeto da organização, Reficúl era amicíssimo de Leoname, mas no “lay out”, Reficúl queria muitos poderes e não queria obedecer, só queria mandar, chegando a revoltar-se contra Leoname, tornando-o seu inimigo. Dizem que Reificúl, ameaçou a não dar tréguas aos associados da organização de Leoname. Também se comenta que a Família de Reficúl, é mantida na organização, para justificar certos deslizes dos representantes da organização e os maus comportamentos de alguns associados. O certo que a maioria dos associados da organização acredita nos potenciais da família Reficúl. Neste assunto os lideres colaboram muito, confirmando que a família do Reficúl tem muito poder na organização e costuma influenciar muitos associados a se comportarem mal. Atualmente as preocupações dos lideres, são exortarem os associados da organização, a decorarem trechos com palavras enaltecendo o senhor Leoname, ensinando a eles que; com essas exaltações o senhor Leoname, irá dar soluções aos problemas econômicos, mais saúde, irá dar segurança, união familiar, boa morada, bom emprego e dar boa qualidade de vida a cada um, além de afastar as influências da família do Reificúl.
Os associados da organização, estão sempre acreditando em tudo que os intermediários falam.
No início, o senhor Leoname Sued, convocava os associados para os encontros, onde eram transmitidos ensinamentos sobre as regras e as leis da organização. Assim, ao chegar aos locais de encontro, o senhor Leoname era recebido pelos associados, numa grande exaltação, sempre usando as mesmas palavras, ensinadas pelos líderes, donos da verdade, e num uníssono, gritavam:
Senhor Leoname, o senhor é o máximo, é o maior, é inteligente, justo, bondoso, faz maravilhas na organização, nós te amamos de coração, nós te pedimos que tenha paciência conosco, pois não somos dignos de pertencer a esta organização, mas… com uma só palavra do Senhor, seremos felizes, teremos bons salários, bons empregos, muita fartura, muita saúde, não iremos sofrer, nossas famílias serão unidas, a família do Reficúl não vai nos molestar, teremos muita tranqüilidade, sentiremos protegidos pela sua competência e da miséria estaremos salvos.
Oh! Senhor Leoname, nós te damos graças todos os dias pelas maravilhas que tu fizestes em nossas vidas, não há outro administrador igual a senhor, é o único, o maior e o melhor administrador do mundo, nós lhe exaltamos em nome do amor….
Leoname interrompe o clamor e pergunta o líder…”já fazem duas horas que esse pessoal está aqui, só me elogiando, repetindo as mesmas palavras, me colocando atributos fantasiosos e os maiores elogios possíveis e imagináveis ….afinal, eles não têm nada para fazer em casa! Eles não trabalham! Só ficam esperando por mim! Responde o líder….”o trabalho não é relevante, o importante é mostrar o amor destes associados pelo senhor, isto porque o senhor merece muito mais, estes associados confiam cegamente no senhor, daí esta demonstração pública. O senhor não acha esta manifestação de amor maravilhosa! Muito mais bacana que se eles estivessem em casa ou trabalhando!
Esta manifestação mostra o reconhecimento de sua magnitude e suas excelentes qualidades. Para estes associados, o mais importante é exaltar o senhor no máximo para mostrar o amor deles pelo senhor, eles estão conscientes que se ficassem em casa fazendo algo ou se fossem trabalhar, iriam perder as chances de reconhecer, ao vivo, os méritos do senhor. O nosso objetivo, como líderes conhecedor das Leis da organização, é mostrar a eles, as melhores formas de reconhecimentos e de agradecimentos pelos bens que o senhor nos proporcionam, e mesmo, os trabalhos tornam as pessoas cansadas, sem motivação e sem tempo para exaltações, como estamos lhe proporcionando”.

O Senhor Leoname Sued, pessoalmente, não está mais presente aos encontros, mas…os associados, (agora em “n-centos” lugares, proliferados pelos líderes de diferentes interpretações das leis da organização), continuam com a mesma “ladainha”, da exaltação com as mesmas palavras de n-centos anos atrás e com as mesmas esperanças.

É isso aí meus amigos… Parece ser difícil identificar a organização, objeto desta metáfora.

Santo André – março – 2006
Charrir Kessin de Sales – OJÉNNA