O que é a Libertação?

O que é a Libertação?

O que aliena, o que prende, o que escraviza, o que submete, o que humilha e o que hiberna a memória do ser humano no tempo, é a sua ignorância.

Huberto Rohden (1894 – 1981) considerou: A libertação é o resgate, a emancipação, a auto-realização do indivíduo.
Nota: condição que só existe após a morte

Mas o que é a Libertação?
Tudo que está sob influência de Leis, de ordens, de obrigações, de deveres e responsabilidades, trás na sua estrutura psíquica, a impotência de não poder fazer o que quer, que as pessoas chamam de Livre Arbítrio.. Assim as nossas células, os nossos órgãos, os astros, as estrelas, os planetas, os seres humanos, os animais, os vegetais, tudo em enfim, estão sujeitos aos compromissos inerentes às circunstâncias de suas condições de existências, daí as limitações das ações, que venham de encontro às essas condições de existências. As limitações das ações, nega por conseqüência, a Libertação de fazer o que quer e de ter o tal de Livre Arbítrio.
Assim concluímos que dentro do contexto do Universo, não há Libertação, pois em quaisquer circunstâncias, sempre haverá os compromissos a serem cumpridos, daí, só a morte poderá livrar os elementos citados, de cumprir as condições exigidas para suas respectivas existências. Como ninguém deseja sua própria morte, logo ninguém quer a Libertação.

No entanto, o conhecimento tira o ser humano do medo, da escravidão, da submissão, da bajulação e da prisão da ignorância, tornando-o consciente que não será possível alcançar a Libertação, permanecendo no estado que se encontra, vivo, mas poderá, alcançar o grau de conhecimento desta Libertação, que poderá lhe garantir a liberdade de viver.

Pietro Ubaldi (1886 -1972) considerou que: Não há libertador, nem redentor, nem salvador, pois cada um, responde pelos próprios erros* e não, pelos erros* dos outros, cada um, se redime com as próprias conseqüências de seus erros* com suas dores e não com as dores dos outros, ninguém pode se redimir ou libertar, através das dores alheias.
Nota:
erros* não seguir os compromissos inerentes às circunstâncias
de suas condições de existências.

As Leis Divinas são infalíveis. Cada um assumirá as dores e as conseqüências do que fez.
Arthur Schopenhauer (1788 -1860), afirma que: O único meio que nos leva a libertação real (a morte), é o conhecimento das vontades inconscientes
Essas vontades inconscientes são impulsos involuntários, que fogem do controle racional do indivíduo, daí o desejo da morte, não entrar na cabeça de ninguém, no entanto, esta é uma realidade da vida. A compreensão desse processo, torna o ser humano, conhecedor de suas limitações, não aceitando as provocações nem as seduções de um mundo ilusório.
Sabendo que a liberdade de viver, não é a libertação, e sim, a vontade individual, com autodisciplina e autoconhecimento que
apresenta dois caminhos gerais:
1 – Desenvolvimento do Instinto de Observação, para elevar
o Nível de Estado de Consciência.
2 – Pensar sem Medo, questionar a si mesmo em busca da
verdade e manter-se atento diante do desconhecido.
O ser humano condicionado, não vê estas alternativas, achando que, somente existe um caminho certo, aquele ensinado pelos intermediários, uma espécie de “receita de bolo”, resistindo às novas idéias, que outros caminhos, possam levar ao mesmo resultado, ou seja, alcançar a consciência da liberdade de viver, sem pensar na libertação real, que é a morte.
Quando compreendermos que isto é possível, perceberemos
que não há somente dois caminhos, e sim, vários outros, pois os caminhos são virgens e individuais, cada um tem os seus acidentes de percurso e suas características peculiares, inerentes à todos os processos de evolução da humanidade.

Salvador – novembro – 2007

Charrir Kessin de Sales – OJÉNNA