Conheçam o Filosofo Ludwig Wittgenstein

Charrir Kessin de Sales – OJÉNNA

Conheça o Filósofo Wittgenstein

Ludwig Wittgenstein (1889 – 1951), Filósofo austríaco sua linha filosófica foi influenciada por Bertrand Russell (1872 – 1970), seguindo a estrutura lógica e das relações interligadas aos fatos.
Em 1920, começou a estudar as obras de Leon Tolstoi (Lev Nicolaievitch Tostoi – 1828 -1910).
Influenciado por Tolstoi e lendo os Evangelhos, resolveu a abandonar os estudos e a Filosofia, e seguida, distribuiu toda sua riqueza para seus parentes.
Em 1922, escreveu Tratado Lógico-Filosófico.
No prefácio deste Livro Bertrand Russell, escreveu;
– “O Livro de Wittgenstein resume sua temática, incluindo o estudo da estrutura lógica das proposições, a natureza da ilação (conclusão dos fatos), os princípios da Física, a Ética e a Mística” -.
Em 1929, muda-se para Cambridge, onde passa a ensinar no Trinity College, mas numa vida de extrema pobreza, foi quando rompeu com Bertrand Russell, rejeitando todas as formas de racionalismo.
Em 1938, naturalizou-se cidadão inglês, o que facilitou a divulgação de sua filosofia nas Universidades de Oxoford e Cambridge, cujas influências filosóficas, expandiram, chegando até aos Estados Unidos.

Wittgenstein, estudando o simbolismo e as relações entre as palavras e as coisas, descobriu que:
a) – A falta de conhecimento do simbolismo
b) – O uso inadequado da linguagem (pobreza de
vocabulário)
Fizeram a Filosofia Tradicional procurar uma resposta, para soluções de todos os problemas filosóficos, que pudesse satisfazer a todos, o que na prática, não é possível.
Para Wittgenstein
O simbolismo deve conter uma linguagem
logicamente perfeita.
A linguagem envolve quatro aspectos;
1 – Psicológico
É a linguagem como conteúdo da consciência,
como fenômeno psíquico que transcorre no tempo
2 – Gnosiológico
É a relação entre o pensamento (as palavras que
exprimem) e a realidade conceituada.
3 – O teste da Lógica
É determinar as regras que as proposições
devem obedecer a fim de exprimir a verdade sem
contestação.
4 – Metaforizar
Citar um fato e usar outro fato, para simbolizá-lo.
A linguagem é um sistema de símbolo, a qual estabelece:
1 – As condições para que as combinações de
símbolo, tenham sempre sentidos e não sejam
insensatas
2 – As condições da unidade da significação nos
símbolos e nas combinações entre os símbolos.
A função da proposição é afirmar ou negar.
Para Wittgenstein, tudo que é Filosófico, só pode ser mostrado e não dito, por estar contido entre o real e a linguagem. Nada correto pode ser expresso em Filosofia. Para ele, a Filosofia não é uma teoria, mas sim, uma atividade que deve esclarecer o sentido do pensamento e das proposições da linguagem.
A função da verdade, é também, a forma geral de uma proposição. Todas as proposições lógicas, são também tautológicas, (repetir com outras palavras à mesma coisa), ou explicam os conteúdos das proposições das quais são conclusivas.
Wittgenstein, diz que a crença em casualidade, não passa de superstição, pois os acontecimentos futuros, não podem ser inferidos (aceitos como deduzidos) dos presentes.
O que não pode ser pensado, não pode ser dito.
Dentro da lógica, não podemos dizer que existem certas coisas e não existem outras, ora, esta posição, significaria transpor os limites da lógica, ou seja, do mundo.
É impossível usar um relacionamento com a totalidade do mundo, por não podermos comparar com outra totalidade, isto porque vivemos dentro dele e não fora, o máximo que podemos relacionar, será parte desse mundo.

Comentários
Quando fazemos uma proposição lógica, fazemos no pensamento, uma imagem de um fato, que tem estrutura com um fato real, mas a estrutura tem um signo (número de palavras que conceitua o fato), que está limitado pelo conhecimento (vocabulário), de quem está falando e está condicionado ao limite do conhecimento (vocabulário) de quem está ouvindo.
Quase tudo, é inenarrável, salvo se os interlocutores, tiverem signos ilimitados, os quais correspondem a totalidade da Lógica e da Filosofia.
Numa análise, vamos notar que tanto afirmar ou negar, está contido num signo (número de palavras que expressa as alternativas), da linguagem.
O signo vai depender do número de vocábulos que o elemento possui, para enriquecer o simbolismo e também o signo do ouvinte, assim o simbolismo não será adulterado. Ora! O número de vocábulos de cada um é função do conhecimento, então para uma pessoa usar a linguagem e haver entendimento entre duas pessoas, necessário se faça, que ambos tenham níveis semelhantes de conhecimento.
A proposição e a realidade dependem da linguagem na busca do simbolismo, mas se houver diferença de conhecimento, a linguagem pode adulterar a realidade. Tudo que se fala está estruturado na linguagem e nas proposições filosóficas e por falta de signo, às vezes tomam aspectos desprovido de sentido.
O Aramaico era um dialeto com cerca de 8.000 vocábulos, usado nos n-centos anos ante de Cristo. A literatura hebraica tinha cerca de 12.000 vocábulos. Com o desenvolvimento da cultura grega, chegou-se ao grego clássico com cerca de 300.000 vocábulos.
Para os gregos traduzir toda a literatura hebraica e aramaica, foi necessária muita interpolação.
Essa interpolação, foi muito influenciada pelas criatividades dos gregos (veja meu artigo; Septuaginta, a maior obra religiosa).
A única maneira de aumentar nossos conhecimentos, para termos um vocabulário rico, é ler muito e todos os assuntos, assim aumentaremos nosso vocabulário, nos permitindo, termos bons signos (número de palavras para conceituar as coisas), e assim, sermos sempre melhores compreendidos.
Para mim, Wittgenstein, seguindo o Filósofo Bertrand Russell, conseguiu dar maior ênfase no uso da lógica, o que tornam suas obras, sempre atualizadas.

Salvador 11 de outubro de 2005
Charrir Kessin de Sales – OJÉNNA