A Inteligência Assusta os Medíocres

A Inteligência Assusta os Medíocres

Quando Winston Churchill (1874 – 1965), aos 23 anos ingressou na política. Após pronunciar seu primeiro discurso, na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal:

– “Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu
primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um
pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência
que demonstrou hoje, deve ter conquistado, grande número de inimigos.
A inteligência e o talento assustam os medíocres” –

Ali estava uma das melhores lições que um velho sábio e experiente pôde dar ao pupilo que se iniciava numa carreira difícil. A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas, é medíocre, costuma usar artifícios para disfarçar o medo da Inteligência.

Não é demais lembrar as famosas citações de Rui Barbosa:(1849 – 1923)
1 – “Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes,
fico pensando que a burrice é uma Ciência.”
2 – “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de
tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da
honra, a ter vergonha de ser honesto.”

Temos de admitir que, a maioria dos nossos políticos, está no bloco dos medíocres, com o agravante de querer levar vantagens em tudo, daí o trabalho que essa Plêiade de jovens Procuradores e Promotores, está tendo com as diversas operações investigadas, ajudados pela Polícia Federal . São tão medíocres, que em plena atuação desses Ícones da moralidade, articularam transações delituosas e infantis, como as operações da: navalha, xeque mate, furacão, aquarela e outras mais, num raciocínio tão medíocre que até o presidente Lula, em declaração à imprensa, há meses atrás, disse que; -“os membros do serviço de inteligência, são “aloprados”, acabaram de fazer uma articulação nada inteligente (burra)”-.
Esses medíocres são tão obstinados na conquista de posições, usando sempre o jargão “o fim justifica os meios”, que acabam atropelando a ética e a moral. . Sabem ocupar os espaços vazios, que deveriam ser ocupados pelos talentosos. Devemos lembrar que as indicações para ocupar esses espaços, vêm sempre de uma autoridade superior, também medíocre, e às vezes pusilânime, com medo de ser ofuscado, se colocar alguém com competência nesses espaços.

Esses medíocres, são oportunistas, ambiciosos, geralmente oriundos das lideranças estudantis e sindicais, têm o hábito de salvaguardar suas posições alcançadas com verdadeiras muralhas de falácias, envolvendo as massas, com promessas de todos levarem vantagens, criando ambiente, onde os talentosos não conseguem encontrar argumentos que possam, conscientizar essas massas, sobre o perigo do mundo da mediocridade.
Unem-se num corporativismo, fechando-se em bloco, sob suas conquistas, sem a mínima preocupação com a Ética, a Moral e os cumprimentos dos seus respectivos deveres.

Em todas as áreas encontramos desses corporativismos hierárquicos (panelinhas), às vezes inexpugnáveis às forças intelectuais dos competentes.
Nas administrações do governo, são muitos os exemplos, daí tudo que o governo administra está sempre no “vermelho”. Não sei se seria exagero dizer que se o Deserto de Saara fosse administrado pelos nossos políticos, dentro de um ano de administração, os nosso Procuradores e Promotores, estariam investigando na operação “Tempestade no Deserto”, o destino das areias que haviam desaparecidas do deserto.

Como disse Erasmo de Rotterdan (1469 – 1536), em “Elogio da Loucura”, – escrito em 1509, “…somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir-se de burra se quiser vencer na vida.
É “perigoso” fazer sombra a alguém, até numa conversa social.

A entrada de um inteligente no covil de medíocres, ameaça a estrutura do corporativismo e limita as ações dos “vivos”, por temerem a perda de suas articulações entre eles, sentindo amedrontados, se fecham como ostras à simples aparição de um(a) talentoso(a) jovem que os possa ameaçar o fisiologismo de cada um meliante do corporativismo. Eles conhecem bem as artimanhas do sistema ao qual pertence, sabem como articular os recursos financeiros no seu ambiente corporativista, logo indubitavelmente, um competente, irá atrapalhar. Com esta estrutura mental, os medíocres, lutam com “unhas e dentes” para se defender dos competentes.

Veja o incrível paradoxo…
Teremos de viver, segundo essas regras absurdas, que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem numa concorrência, nos meios políticos e na administração pública.

Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues… “Finge-te de idiota, e terás o céu e a terra”. mas cuidado com aquele que
finge não ser um idiota.
O problema é que os inteligentes gostam de brilhar! Que DeusYHWH os proteja, então, dos medíocres!…

Salvador 29 de setembro de 2006

Charrir Kessin de Sales – OJÉNNA