Reflexões Sobre a Escolha

Reflexões Sobre a Escolha

A escolha está sempre presente na vida de todos; mas, na solidão e nas crises, não existem escolhas, e sim alternativas.
Toda forma de escolha gera conflitos e sempre acarreta perspectivas de resultados que originam instabilidades emocionais. O desejo de se livrar desses conflitos, pode transformar em escolha precipitada. Quaisquer procedimentos humanos de escolhas, sejam eles; a busca de um deus, uma crença, um voto para um político, seguir um sindicalista, um casamento, um desquite, um emprego, todos exigem ponderações dentro da lógica, da ética, da moral, da fraternidade e das conseqüências advindas dessas escolhas. Assim o procedimento, deve ser criterioso, para que a escolha não tenha conseqüências irreversíveis. Por outro lado, a omissão da escolha, é um ato de fuga e a fuga em certos procedimento, é um disfarce do medo, o que na verdade, leva sempre à ansiedade, a ilusão, dando origens às depressões..

A escolha, a seleção ou a opção, terá de existir enquanto houver vida.
O objeto de nossa escolha serve apenas para fortalecer a memória que passa a reagir na forma de pensamento e sentimento. A memória tem uma função específica e mecânica, da qual nasce a escolha, nela não há liberdade, é o Eu que age, conforme a ponderação entre a Energia de Agir e a Resultante, que forma a estrutura psíquica de cada um.
Escolhemos conforme nossa ética, que é fruto do meio em que fomos educados e consoante os condicionamentos econômicos, religiosos e sociais e a escolha sempre nos identifica com estes condicionamentos. Toda escolha gera ansiedade, por idealizar perspectivas compensadoras, para isto, devemos estar conscientes do fato e saber que é impossível modificá-lo ao nosso modo, para tanto, precisamos estar plenamente conscientes de seu significado, para o sistema que estamos vivendo.

Veremos então, que certas escolhas, o Eu tende a se transmutar, florescer, dando lugar à liberdade consciente, isto não quer dizer que estamos livres de algumas provocações, mas com uma estrutura psíquica, que nos dará domínio, das circunstâncias envolvidas, com uma sensação de liberdade. Nós, fazemos da escolha, o nosso modo de viver, no entanto, não havia nada para escolher, e sim, alternativas de comportamentos.
Com esse Nível de Estado de Consciência, a livre escolha é uma ilusão e se acharmos que temos Livre Arbítrio para escolher, poderemos gerar uma ansiedade crônica, dando lugar a solidão, é aí que começa a morte psíquica do ser humano.

A escolha se baseia em parâmetros das coisas conhecidas, para o Eu viver. Este viver é a repetição, dos mesmos segmentos, que produz os conflitos da vida.

O constante florescimento do Eu, na realidade é a morte a cada instante, para renascer um novo Eu, para eternidade. Nasce o desconhecido, que é sempre novo.

……Estar só, morrer para o conhecido, é a razão psíquica da vida…..

Salvador 25 de maio de 2005
Charrir Kessin de Sales – OJÉNNA